sábado, 31 de outubro de 2009

Não se escreve sobre amor apenas por escrever

Não se escreve sobre o amor apenas. Não se escreve só por escrever, escreve-se por amor e com amor e de amor se quer viver. Escreve-se sobre o amor quando ele nos leva a escrevê-lo, escreve-se sobre o amor por senti-lo, ou por querê-lo, até mesmo por odiar amar. Mas só se escreve de amor por amor.


Não adianta escrever como se o amor fosse algo distante, inatingível... Amor corre nos corpos de cada ser humano. Respira-se amor, transpira-se amor. Doa-se amor, na transfusão, no beijo, no perdão, ou até mesmo no mais simples gesto. Aprende-se o amor, não por difusão ou por osmose, aprende-se vivendo, sentindo.

Nunca se aprende a forma certa, o jeito certo, a hora certa ou a medida certa, mas se aprende que é inevitável, todos vão amar. Uns mais outros menos. Uns de um jeito torto, outros, outros de um jeito indecifrável. Uns de um jeito singular, outros de um jeito clichê.

Ama-se quando se diz eu te amo, mas não apenas por dizer. Diz-se eu te amo da forma mais verdadeira quando não há outro jeito: “se eu não disser que te amo, eu vou sucumbir”. Dizer eu te amo não é só com palavras, é pelo olhar – que ninguém consegue disfarçar-, é pelo gesto ou por um toque bem de leve, ou por uma simples gentileza que revela bem mais do que gostaríamos.

A confusão toda está no fato de que odiar também é amar. De uma forma estranha, meio desigual e às vezes até banal, mas o ódio é amor! É um amor reprimido, um amor que não queria existir, um amor que foi mortalmente ferido, um amor que precisa ser purgado. Um amor que precisa ainda mais ser amado, porque ele tem necessidade de se purificar, de se fazer merecido, de ser amor com todas as letras.

Não se escreve sobre o amor sem conhecê-lo. Os mais incrédulos podem dizer que nunca amaram, mas sempre se teve contato com o amor. Ele pode ter passado desapercebido, mas ele esteve lá. Ele pode estar adormecido, mas ele está lá. Essencialmente, acredito que todos nasceram amando, ou pré-dispostos a amar. Então, um dia o amor desperta, aflora-se e cresce.

Não é que desacredite que amores nascem, mas é que do ponto de vista em que me encontro, vejo o amor como algo que já estava ali, mas que só se percebe como amor quando encontra a pessoa amada, ou mais, só se revela como amo quando ambos tomam a decisão de viver-amor. Sim, porque o amor se vive e porque o amor é uma decisão, o sentimento sempre está dentro de nós, mas só se torna visível quando aceitamos a ele.

E vem a pergunta: e quando amamos sem querer, como que de surpresa?! É porque escolhemos amar, mesmo que sem saber. Nós buscávamos esse amor. E quando o encontramos dissemos sim a ele inconscientemente, ou conscientemente. Dissemos: sim! Buscávamos tanto pelo amor que não havia outra resposta a ser dita, nossos corações aceitaram esse desafio contínuo – o maior de todos – que é amar, ele só se esqueceram de comunicar a razão. Então, o coração diz que sim, a alma diz que sim, o corpo diz que sim, mas a razão – com sua estranha mania de ser “do contra” – tende a ter dúvidas, a não dizer que sim, a dissimular um não, a optar pelo talvez...

E é numa dessas que o amor se despede... Ele se despede por confusão da razão. Por essa dúvida interminavelmente filosófica. Deixamos o amor passar por não pedirmos a ele que fique, por não o desejarmos conscientemente, por não escolhermos por ele em alta voz. O coração já disse que sim, então por que se confundir tanto e pensar tanto em um não?! Já disse Clarice “Tudo no mundo começou com um sim”. Agora é a nossa hora de dizer sim, se for realmente isso que queremos, um grande amor.



‘ ”Não esquecer que por enquanto é tempo de morangos.


Sim."


Enfim, descobrimos, agora, que tudo começa e acaba com um sim. Também é preciso coragem para morrer, silêncio para ouvir o grito da vida.’ (Clarice Lispector)

Não-meu

"Pra mim todo amor em principio é uma grande ilusão....
Mas a gente tem que fazer acontecer"
(Junior)

sexta-feira, 30 de outubro de 2009

Pequenino e tão príncipe...

Uma brisa leve sopra devagar e faz o meu rosto se tornar mais suave, a expressão fica mais amena. O vento que brinca com meu cabelo faz a paz voltar, faz as coisas parecerem simples. O céu vai escurecendo lentamente, anunciando a chuva que virá junto com a noite. É mais um dia daqueles que você agradece por estar ali, por não ter que fazer nada, apenas estar ali... É tudo tão tranquilo aqui... Parece que nada pode me atingir aqui, nada pode me tirar essa alegria. Nada nem ninguém...


Então, a chuva começa a cair, bem devagar, mas vai aumentando. E a sensação de se molhar é tão boa, é como se alma estivesse sendo lavada. Parece uma daquelas cenas de filme, em que a chuva revela um beijo. E toda essa paz, tudo isso não é o lugar que traz, agora eu sei... É você! É você estar aqui que me deixa tão feliz, que me deixa tão calma, que me deixa tão simples e pura...

É você que faz voltar o meu jeito de menina, que faz eu me sentir vermelha só de pensar em você. Que faz eu ter mil sonhos e acordar no meio dá noite sem saber se foi só um sonho, uma realidade ou um pressentimento... É você que me faz desejar estar feliz de novo, estar em qualquer lugar...

E é por isso que eu acordo todos os dias, e isso me faz querer buscar, querer lutar, querer te encontrar. E cada detalhezinho é um sinal. E cada acaso é um motivo de alegria. E cada ajuda é um agradecimento. E pensar que assim me faz feliz.

Eu sei, eu tenho que ir devagar, tenho que tentar não me machucar, tenho que respirar fundo para não me precipitar. Mas quando você chega perto, quando você me abraça ou quando eu te dou um beijo e me despeço... não tem como! Eu quero mais e mais isso, quero cada vez estar mais perto, quero ver o seu sorriso. Quero guardar você na minha lembrança com tanto cuidado e tanto carinho que nada poderia tirar você da minha memória, nem um pedacinho seu faltaria em mim.

É só fechar os olhos e dá para ver cada detalhe que eu já decorei. E dá para ouvir o som da sua voz, a suavidade da sua expressão, a pureza do seu coração, o cavalheirismo dos seus gestos e a sua incrível gentileza que sempre me surpreende. Você é como uma caixinha de mistérios, cheio de segredos que dá vontade de desvendar – sem te tirar a privacidade... É como a flor mais preciosa e a preciosidade mais rara.

Dá ciúme te ver com outras garotas, não por achar que você possa estar com elas, mas por elas estarem com você... Assim... tão próximo, tão único, tão... você. E só de te sentir perto, só de ouvir a sua voz ou de te ver bem de longe, já faz o meu coração pulsar desesperadamente feliz, já faz o meu rosto enrubescer e eu fico sem reação, sem saber o que fazer, como agir, o que falar. Tentando imaginar a cada dia o que faz você feliz, o que faz você sorrir, o que pode te surpreender, não para te fazer agradecer, mas para te ver com aquele olhar mais perfeito.

E parece que não me falta nada quando estou com você, mesmo que sejam só por cinco minutos. Mas esses são os minutos e os segundos mais preciosos, mais essenciais, mais cheios de vida... Definitivamente... Você é Luz! Uma luz que eu quero sempre comigo, sempre no meu peito, sempre em cada palavra bonita que for pronunciada escrita, lida, sonhada... de-se-ja-da! Eu tento ir devagar, mas você me faz sonhar... Eu te espero, com a necessidade de quem espera o ar chegar aos pulmões. Como sementes de dente-de-leão, deixo me levar, rezando para que eu pouse em seu coração e que você possa me encontrar. Como a raposa que foi conquistada pelo Pequeno Príncipe, como a rosa que conquistou esse mesmo Príncipe. Quem me dera poder ser a rosa desse Pequeno, que se reveste de Príncipe...

Eis que fez-se Luz!

Não tem como…


Não dá pra lembrar de você e não sorrir...

Não dá pra conter tudo isso que você desperta...

E que mil acasos me levem a você, todos os dias!

E que tudo conspire pra que eu te encontre...

Que cada pequeno detalhe seja um sinal de que vai dar certo...

Mas que nada consiga mudar o que fica de você em mim.

Que cada dia fique um pedacinho a mais de você...

E, se posso pedir um pouquinho mais, peço que fique algo de mim em você.

E que seja verdade a história que diz:

“E Deus disse: ‘Faça-se Luz!’”

E o Luz se fez para a Sarinha.

Só por hoje não quero te deixar ir embora!

É você que me leva a escrever de novo

O coração pulsa, desesperadamente, como quem anseia por viver.


E ele se enche de vida toda vez que você se aproxima...

Eu olho seu carro chegar já começo a respirar fundo só pra me acalmar, porque é tanta alegria, tantas coisas boas que nem dá pra disfarçar.

É levar um susto de você, mas ficar imensamente feliz.

É reparar em cada detalhe – por mais discreto que seja – e achar lindo...

Cada pintinha, cada pequeno gesto, cada expressão, cada pelinho, cada linha do seu rosto, cada parte que é você...

É fazer drama só pra ver a sua reação e achar perfeitamente lindo quando você reclama...

É te chamar de chato só pra me desculpar, só pra dizer que você é lindo, que é um amorzinho...

É ouvir você dizer “eu não sou tão feio assim” e morrer de vontade de dizer:

“Claro que não, você é perfeito! Você não é feio em nadinha – a não ser no time...

Você é singular, você é... VOCÊ! E isso define tudo”!

É ficar imensamente feliz por ter perdido o celular, só pra poder pedir pra você procurar no seu carro...

E ficar mais feliz ainda que um bendito anjo tenha deixado a minha cabecinha esquecida deixar o celular no seu carro de verdade...

É ver você vir aqui no meu bloco, desejando que um dia você vá na minha casa, querendo te apresentar pra minha família.

É sentir um frio na barriga de saudade.

É pedir pra passar rapidinho esse tempo todo...

É ficar preocupada com a idéia de você viajar.

É ficar feliz por você..

É querer fazer qualquer coisa por você...

É tudo e parece tão pouco perto de tudo que é você, de tudo que você merece...

E é finalmente sentir vontade de voltar a escrever, mesmo que seja bobo, mesmo que seja só um devaneio, mas voltar a escrever, e escrever, porque eu vi você...

E isso já é tudo pra mim.

Aviso prévio a quem lê.

Recordar: trazer de volta ao coração. Não é isso que buscamos todos os dias?! Trazer os melhores sentimentos. Falar de amor não é simples, mas sempre será necessário. É uma forma de transcender, extravasar... Falar de “peito aberto e com a alma cantando”, como quem fala de algo raro.


Advertência: Falar de amor é como ler um livro, as páginas podem cortar ou ferir, mas podem encantar.

Então, sente-se, sirva o chocolate quente e, se eu conseguir te emocionar, nada mais me fará parar de escrever.

Mas que meu silêncio também te fale.

Como diz o poeta:

"Calar, às vezes,

é fina forma de amar" (Affonso Romano de Sant'Anna)



Com carinho, Sarinha Rodrigues.