Sou ré confessa de todas as acusações que me fazem.
Não as descabidas de que outros me acusam,
mas culpas que tudo dentro de mim grita,
mostrando a mim todos os meus crimes.
Aceito as acusações descabidas só como forma de reparar
ou me punir pelos crimes verdadeiros.
Sou culpada de todo caos interior,
de toda desordem no meu universo.
Culpada por tão facilmente reparar
nos detalhes mais inusitados e menos notados.
E, por reparar nessas minúcias,
é que acabo me deixando levar.
Levo-me muito mais longe que
as sementes de dentes-de-leão durante a ventania.
E é nessas idas a lugares distantes
que facilmente encontro um encantamento
que é quase uma tortura de tanto que me consome.
Consome longas horas do meu dia,
todas as horas da minha noite.
E se não encontro alguém bem atento
para me roubar o pensamento
é certo que tão logo não volto à realidade
e que, por isso mesmo, a realidade me será indiferente.
Podem acontecer terremotos, furacões e explosões
na minha frente que nada será notável.
E se aceno a um amigo, ou alguém que comigo fala,
é para disfarçar que não sei absolutamente nada ao redor,
porque é ainda mais certo que estou pensando
em algo tão mais distante que qualquer estrela.
Distante pela frieza, pela indiferença, pelo destino.
E mais distante ainda por causar dentro de mim
um encantamento tão real
que nada mais dentro de mim
corresponde ao que fora me pede atenção.
Recordar: trazer de volta ao coração. Não é isso que buscamos todos os dias?! Trazer os melhores sentimentos. Falar de amor não é simples, mas sempre será necessário. É uma forma de transcender, extravasar... Falar de “peito aberto e com a alma cantando”, como quem fala de algo raro. Advertência: Falar de amor é como ler um livro, as páginas podem cortar ou ferir, mas podem encantar.
quinta-feira, 24 de março de 2011
terça-feira, 22 de fevereiro de 2011
Pra não dizer que me calei demais
(...) e o que me deixa mais chateada hoje não é tudo que vem acontecendo, é estar diante de tudo isso e não pode expressar seque uma palavra com toda a verdade do que sinto. Sim, porque dizer o que sinto me causa ainda mais mágoa. As pessoas não estavam prontas para me ouvir e tudo que eu dizia implicava em uma resposta que me dilacerava ainda mais.
Depois de tudo eu optei pelo silêncio, um silêncio tão condicionado que dizia mais do que qualquer palavra. Falava sim, mas não o que eu realmente queria dizer, isso ficava calado, mudo, mas gritando dentro de mim.
E, com todo esse silêncio, tornei-me uma pessoa tão sensível ou acessível às verdades alheias. Ouvi bastante: que eu estava seca, que não deixava os outros se aproximarem, que eu estava de várias formas distante. Também, pudera, eu não me queria perto de nada, de ninguém que eu não tivesse convidado. E, de fato, eu não havia convidado ninguém para fazer parte da minha ausência.
Dos outros, eu não esperava nada. De mim, eu esperava tudo. Vivia um instante só meu, de quem cansou de tentar falar, tentar ouvir... Eu apenas existia. Eu apenas insistia. Não porque eu queria desistir de algo, mas porque eu queria me poupar de muito, o muito que poucos conseguiam entender.
Eu transbordava em mim algo que já não eram lágrimas, nem dor... Era um sentimento novo: era um transbordamento de vazio. Onde não fazia sentido eu querer e tentar explicar a alguém. Eu só tentava olhar para dentro de mim. De tanto desgaste, às vezes, precisamos de um repouso interior.
O problema todo estava no fato do desapego excessivo. Eu sabia que me afastar e, principalmente, calar resultaria em consequências não tão favoráveis ou não tão conhecidas: eu não iria querer voltar. E não voltar implicaria em começar tudo de novo, com pessoas novas. Não que isso fosse ruim, apenas eu saberia que as marcas, as últimas impressões que deixei não eram as melhores.
Mas nem isso me importava mais. Talvez fosse melhor assim. Melhor para quem? Acho que para mim, porque assim seria mais fácil. Assim eu saberia que chegaria ao esquecimento dos outros também. E era essa a intenção. Ser melhor para mim, por mais egoísta que pareça, era a única coisa que me importava.
Depois de tudo eu optei pelo silêncio, um silêncio tão condicionado que dizia mais do que qualquer palavra. Falava sim, mas não o que eu realmente queria dizer, isso ficava calado, mudo, mas gritando dentro de mim.
E, com todo esse silêncio, tornei-me uma pessoa tão sensível ou acessível às verdades alheias. Ouvi bastante: que eu estava seca, que não deixava os outros se aproximarem, que eu estava de várias formas distante. Também, pudera, eu não me queria perto de nada, de ninguém que eu não tivesse convidado. E, de fato, eu não havia convidado ninguém para fazer parte da minha ausência.
Dos outros, eu não esperava nada. De mim, eu esperava tudo. Vivia um instante só meu, de quem cansou de tentar falar, tentar ouvir... Eu apenas existia. Eu apenas insistia. Não porque eu queria desistir de algo, mas porque eu queria me poupar de muito, o muito que poucos conseguiam entender.
Eu transbordava em mim algo que já não eram lágrimas, nem dor... Era um sentimento novo: era um transbordamento de vazio. Onde não fazia sentido eu querer e tentar explicar a alguém. Eu só tentava olhar para dentro de mim. De tanto desgaste, às vezes, precisamos de um repouso interior.
O problema todo estava no fato do desapego excessivo. Eu sabia que me afastar e, principalmente, calar resultaria em consequências não tão favoráveis ou não tão conhecidas: eu não iria querer voltar. E não voltar implicaria em começar tudo de novo, com pessoas novas. Não que isso fosse ruim, apenas eu saberia que as marcas, as últimas impressões que deixei não eram as melhores.
Mas nem isso me importava mais. Talvez fosse melhor assim. Melhor para quem? Acho que para mim, porque assim seria mais fácil. Assim eu saberia que chegaria ao esquecimento dos outros também. E era essa a intenção. Ser melhor para mim, por mais egoísta que pareça, era a única coisa que me importava.
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